Foto: Google Imagens/Prefeitura de Boraceia

Sustentabilidade é fator de decisão para mais de 40% dos consumidores

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  • 42% dos consumidores consideram o fator sustentabilidade antes de comprarem algo. Este valor sofreu um aumento de 18 pontos percentuais em relação ao ano anterior. 

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POR BRANCA LIMA 

Segundo pesquisa anual do Dia da Terra, realizada pela consultoria Kearney, 42% dos consumidores de alimentos e bebidas consideram o fator sustentável na hora de escolher a marca que irão comprar. Esse valor, o mais alto registrado, sofreu um aumento de 18 pontos percentuais em comparação ao do ano anterior. Além disso, o relatório também constatou que o custo de produtos mais ecológicos está se tornando uma barreira menor para os consumidores. 46% afirmam que o valor dos produtos mais sustentáveis é uma barreira para a decisão de compra, mas o valor percentual sofreu uma queda de quatro pontos em relação a 2022 e sete pontos a 2019. 

De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor, os alimentos aumentaram 8,4% durante o ano passado, mas em março, deste ano, caíram 0,3%. Mesmo com a inflação que alimentos e bebidas vem sofrendo, os consumidores têm se tornado mais dispostos a considerar a sustentabilidade ao optarem por determinadas marcas. 

Os entrevistados, em sua maioria, atribuíram que a responsabilidade para essa mudança ocorrer deve ser das empresas de alimentos e bebidas em que 42% acreditam que os produtores são os responsáveis, 54% disseram que são os fabricantes e 25% os supermercados e varejistas. Já 26% dos entrevistados disseram que os reguladores deveriam ser os mais responsáveis. Algumas marcas já começaram a aderir mudanças em prol do meio ambiente, como a PepsiCo que adotou a agricultura regenerativa e o grupo Anheuser-Busch e Conagra Brands que alega compensar o carbono utilizado quando o produto foi fabricado. 

Em contrapartida há críticos que afirmam que as atitudes que as empresas estão tomando não são o suficiente. O diretor de políticas da Food & Water Watch, Jim Walsh, disse em entrevista ao Food Dive, que os esforços atuais da indústria não levarão a mudanças significativas, uma vez que muitos ainda usam pesticidas e fertilizantes nocivos.

Sobrepondo as críticas, o relatório Kearney ainda afirma que as empresas que mudarem suas cadeias de suprimentos para operações mais favoráveis ao meio ambiente têm a possibilidade de se destacarem no mercado e aumentar sua participação. “Os fabricantes de alimentos que já estão buscando estratégias para reduzir as emissões associadas às suas atividades para atender às metas do escopo 3 [emissões] podem usar isso para encontrar oportunidades para atender ao crescente mercado climavore, reduzindo também as chances de ter que cumprir outras exigências, talvez mais draconianas. , regulamentação e legislação”, afirmou a pesquisa. 

As emissões de escopo 3 citadas acima são definidas como indiretas de toda a cadeia de suprimentos e valor de uma empresa, representando cerca de 87% da pegada total de carbono de uma fabricante de bebidas ou alimentos. E apesar de todo esse movimento, uma pesquisa feita pelo Internacional Food Information Council, em 2022, afirmou que o preço é muito mais significativo do que a sustentabilidade quando se trata de influenciar decisões de compra, com uma margem de 68% a 39%, respectivamente.