A legalização de cannabis pode impactar o setor de bebidas

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• Após vários países, como Canadá, Uruguai e 21 estados do Estados Unidos legalizarem a venda e o consumo de cannabis, as empresas de bebidas ainda hesitam em lançar produtos com infusão desta planta, devido à falta de regulamentação.

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POR BRANCA LIMA

Há cinco anos, o Canadá deu o pontapé inicial ao legalizar a venda e consumo do Cannabis no país. Desde então, 21 estados dos Estados Unidos e a Alemanha permitiram o seu uso de forma recreativa. Mas apesar do avanço, a falta de regulamentação afastaram empresas de bebidas em adicionar aos seus produtos a infusão da planta.

A Wine and Spirits Wholesalers of America (WSWA) foi o primeiro órgão comercial a defender o uso federal de cannabis nos Estados Unidos. A empresa está solicitando ao Congresso do país que regule a planta usando o sistema regulador do álcool. A medida tem o objetivo de promover a concorrência da indústria, a inovação e a segurança pública. O CEO e presidente da WSWA, Francis Creighton, comentou sobre a iniciativa da empresa. “Devemos aproveitar a experiência positiva que tivemos na regulamentação de vinhos e destilados nos últimos 90 anos e aplicá-la a este produto semelhante e elevar o nível desse produto para que seja regulado mais como bebida alcoólica”, afirmou.

Apesar da analogia a regulamentação do álcool, esse nova mercado enfrenta uma discrepância, uma vez que existe ainda parte do mundo que considera o produto ilegal e mesmo naqueles lugares que são permitido, como os estados americanos, há regras de uso diferentes. Entretanto, Jake Hegeman, vice-presidente sênior jurídico e regulatório, conselheiro geral da WSWA, observou que apesar das regras diferentes há uma estrutura federal que atua sobre todos os estados. “O que todos esses estados têm em comum é uma estrutura federal subjacente. Quando pensamos em coisas como fórmulas para destilados, rótulos, cobrança de impostos federais para destilados, isso nos levou a ter um sistema que funciona em todo o país, mas ainda leva em consideração os diferentes sistemas estaduais. É aí que vai nossa visão, alguns desses princípios do álcool se traduzem muito bem na cannabis”, afirmou.

Jason Vegotsky, CEO da Petalfast, uma agência de vendas e marketing para a indústria da cannabis, colaborou com o ponto de vista da WSWA ao afirmar que muitas empresas de bebidas têm interesse em investir no cannabis e que uma maneira de regulamentar esse novo mercado seria através do sistema de três níveis usado para o álcool. “Então, acho que os desafios que o Canopy Growth teve diminuíram as expectativas e deixaram todos um pouco mais reservados sobre pular de cabeça nisso, mas todas as organizações de bebidas alcoólicas estão olhando para a cannabis e como podem participar. Não acho que seja um se, acho que é apenas uma questão de quando é a hora certa. E qual é o risco do ponto de vista federal”, afirmou.

Spiros Malandrakis, chefe de pesquisa da Euromonitor International – bebidas alcoólicas, acredita que as empresas estão estudando o desenvolvimento da legalização e regulamentação da Cannabis nos Estados Unidos. “As grandes empresas nunca entrariam ativamente nos EUA até que a legalização federal aconteça”, explicou ele. Isso é justificado pela logística que deveria ser criada, uma vez que por cada estado possuir normas e regras próprias, as empresas deveriam se adequar a cada exigência diferente.

Malandrakis acredita também que o mercado de Cannabis pode atrapalhar o setor do álcool. Essa afirmação se comprova com a Pesquisa Voice of the Consumer Cannabis da Euromonitor, realizada em 2022, que mostrou que nos estados americanos que a planta era legal, os usuários eram mais propensos a substituir o álcool pela maconha quando comparados com locais que era ilegal. Para ser mais exato, o resultado foi de 34% da população total em estados legais dos EUA contra 14% na Espanha e na Itália, e 18% no Reino Unido e no México. O chefe da pesquisa, Spiros Malandrakis, acredita que esse resultado destaca a importância da acessibilidade e, em última análise, da normalização da planta.

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