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• Os jovens da geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) estão mais cuidadosos à medida que entram na idade adulta, seja não bebendo ou bebendo com muito menos frequência e em menor quantidade que as gerações anteriores.
• Um estudo sobre o comportamento de consumo de bebida no Reino Unido concluiu que, em 2019, a geração com 16 a 25 anos de idade era a mais abstêmia — 26% deles não bebiam, em comparação com 15% entre a geração que mais bebia (55 a 74 anos de idade).
• Entre os americanos adultos, o instituto Gallup concluiu que pessoas com 35 a 54 anos de idade são as mais dispostas a beber álcool (70%), à frente da geração Z (60%) e dos baby boomers (52%).
POR CHATGPT
Os jovens da geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) estão demonstrando mais cautela ao entrar na idade adulta, seja optando por não beber ou bebendo com menos frequência e em menor quantidade do que as gerações anteriores.
O mais recente estudo sobre o comportamento de consumo de bebidas no Reino Unido constatou que, em 2019, a geração de 16 a 25 anos era a que mais abstimia, com 26% deles optando por não beber, em comparação com 15% na faixa etária de 55 a 74 anos, que era a que mais bebia.
Nos Estados Unidos, de acordo com o instituto Gallup, as pessoas com idade entre 35 e 54 anos são as mais propensas a beber álcool (70%), seguidas pela geração Z (60%) e pelos baby boomers (52%).
Um estudo realizado em 2020 indicou que a proporção de jovens americanos que optam por não beber durante a universidade aumentou de 20% para 28% em uma década.
Entre aqueles que bebem, a maioria dos jovens europeus (definidos como aqueles que têm idade legal para consumo de álcool até os 39 anos) consome bebidas alcoólicas uma vez por mês (27%). Nos Estados Unidos, o grupo majoritário consome álcool uma vez por semana (25%).
Especialistas apontam que a redução no consumo de álcool entre os jovens é significativa e está ocorrendo em grande parte dos países europeus de alta renda, além dos Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia.
Durante o lockdown, os jovens da geração Z na Austrália mostraram-se mais propensos a reduzir seu consumo, com 44% deles relatando que estavam bebendo menos, mais que o dobro de qualquer outra geração.
Na Nova Zelândia, a incidência de consumo excessivo de álcool entre os jovens também diminuiu pela metade entre 2001 e 2012, e continua em queda até os dias atuais.
No entanto, atribuir essa queda a um único fator é impossível
Os jovens da geração Z estão crescendo em um contexto social único. Sobrecarregados com preocupações sociais e financeiras, eles são mais avessos ao risco. Além disso, têm uma compreensão mais ampla de como o consumo de bebidas alcoólicas afeta sua própria saúde e a saúde das pessoas ao seu redor.
Assim, está surgindo uma cultura jovem na qual beber deixou de ser considerado normal, e essa mudança está se tornando cada vez mais presente. O setor do comércio, hotéis e restaurantes estão se adaptando rapidamente à medida que a geração Z redefine o conceito de “saída noturna” e socializa sem necessariamente consumir álcool.
Bem informados e avessos ao risco A diminuição do consumo de bebidas alcoólicas ocorre, em parte, porque a geração Z parece ser mais cautelosa do que as gerações anteriores, tanto em relação à saúde quanto em relação à percepção de si mesmos pelos colegas.
Informados e avessos ao risco
A diminuição do consumo de bebidas ocorre, em parte, porque a geração Z aparentemente é mais cautelosa do que as anteriores, tanto em termos de saúde quanto em relação à percepção de si mesmos pelos colegas.
Um motivo para essa mudança é o fato de que os jovens de hoje em dia possuem um conhecimento muito maior sobre os perigos associados a esse tipo de comportamento. E, com uma maior disponibilidade de pesquisas e discussões abertas, seu conhecimento está se tornando cada vez mais abrangente, de acordo com Pennay.
Atualmente, é mais fácil do que nunca obter mais informações sobre os riscos das bebidas, seja por meio de uma rápida pesquisa no Google, visitando comunidades no TikTok (como o #SoberTok) ou conversando com amigos e familiares.
A preocupação com a perda de controle e o desenvolvimento de dependência em relação às bebidas é significativamente maior entre os jovens.
Uma pesquisa do Google em 2019 concluiu que 41% dos jovens da geração Z associam o álcool a “vulnerabilidade”, “ansiedade” e até mesmo “abuso”. No Reino Unido, 60% dos jovens da geração Z associam o consumo de álcool à perda de controle, quase o dobro daqueles que não fazem essa associação.
Casos de pessoas sendo vítimas de golpes como o “boa noite, Cinderela” em bares e casas noturnas também podem dissuadir as pessoas de beber, especialmente as mulheres.
Além disso, com as atividades dos jovens sendo exibidas em tempo real nas redes sociais para amigos, familiares e até mesmo empregadores, perder o controle acarreta um alto risco.
A mesma pesquisa do Google indica que 49% dos jovens da geração Z afirmam que sua imagem online está sempre em mente quando saem para beber e socializar.
Portanto, não é surpreendente que 76% deles acreditem ser importante estar no controle de todos os aspectos de suas vidas o tempo todo.
John Holmes, professor de políticas sobre álcool da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, acrescenta que também houve uma mudança acentuada de comportamento. A geração Z não apenas possui uma consciência mais profunda dos riscos para a saúde, mas também rejeita ativamente a ideia de embriaguez.
Relaxando em meio a pressões financeiras
No entanto, não é apenas a aversão ao risco que está reduzindo o consumo de álcool. A maneira como as pessoas encaram o lazer também mudou.
Especialistas afirmam que isso está em grande parte ligado aos desafios que os jovens percebem que os aguardam no futuro, bem como à forma como desejam levar suas vidas.
O uso da tecnologia e o consumo constante de conteúdo fazem com que o lazer muitas vezes assuma a forma de escapismo, um intervalo da extroversão das redes sociais.
Durante pesquisas no início dos anos 2000, em uma época de consumo excessivo de álcool e drogas recreativas, Pennay lembra de ver jovens discutindo sobre abandonar-se ao hedonismo e seu desejo de se desligar “fic
ando completamente bêbados e aproveitando o momento”.
Agora, ocorre o oposto. Segundo Pennay, os jovens da geração Z geralmente preferem recarregar suas energias durante o tempo de descanso do trabalho ou se dedicando aos estudos e ao desenvolvimento pessoal.
As dificuldades financeiras da geração Z fazem com que o álcool seja proibitivamente caro para algumas pessoas.
No entanto, embora o crescimento profissional seja uma prioridade entre os jovens, ganhar a vida já é suficientemente difícil.
Em 2022, a empresa de serviços profissionais Deloitte perguntou a quase 15 mil jovens da geração Z de todo o mundo qual era sua maior preocupação. O custo de vida foi mencionado em primeiro lugar (29%), acima das mudanças climáticas, do desemprego, da saúde mental e do assédio sexual.
Quase metade deles (46%) afirmou que vive mês a mês, preocupados com o pagamento de suas despesas. Além disso, 43% possuem um segundo emprego em tempo parcial ou integral, além do emprego principal, para fechar as contas – 10% a mais do que os millennials (nascidos entre 1981 e 1995).
Proteger sua saúde mental é o principal motivador da curiosidade de Lola em permanecer sóbria, mas o custo do álcool também desempenha um papel importante.
No início do ano, ela morou em Paris, na França, e lá ela bebia mais porque era muito mais barato. “Eu conseguia gastar 20 euros (cerca de R$ 102) e beber com frequência, mas, em Londres, esse dinheiro não é suficiente”, conta ela. “Mesmo que eu realmente quisesse ficar bêbada, eu não teria dinheiro para isso.”
O efeito cascata das “experiências de qualidade”
Independentemente das causas, mais jovens se afastando do álcool criam um ambiente que facilita e até mesmo incorpora a sobriedade.
Jason, de 24 anos, que mora em Nova York, nos Estados Unidos, parou de beber há três anos. Desde então, ele fez amizade com muitos outros jovens que também não bebem.
Holmes acredita que as atitudes e o comportamento moderado em relação ao álcool da geração Z são um progresso natural.
Naturalmente, a geração Z perdeu uma série de rituais de passagem para a vida adulta durante a pandemia, e ainda não está claro se o intervalo de dois anos mudará a forma como os jovens enxergam a socialização no futuro.
No entanto, de forma geral, Pennay não prevê um grande retorno ao consumo excessivo de bebidas após a pandemia. Se já é normal não beber aos 17 anos, será ainda mais normal aos 18, 19 e assim por diante.
A geração Z agora representa um terço da população mundial, e a indústria de bebidas está se adaptando às novas preferências dos jovens e no futuro pelo visto, veremos mudanças grandes na indústria mundial.