PROJETO BRASILEIRO USA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PARA CRIAR RETRATO-FALADO A PARTIR DE DNA

Resumo Clipnews ⚠️

  • A UFRGS junto com a PF desenvolveram um projeto que usa inteligência artificial para gerar retrato-falado de suspeitos a partir de amostras de DNA.
  • O projeto usa uma base de dados de voluntários brasileiros e ainda não foi usado em casos reais por falta de legislação específica.

 

POR BING AI

Um projeto pioneiro no Brasil está usando a inteligência artificial para gerar imagens de suspeitos de crimes a partir de amostras de DNA encontradas nas cenas. A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Polícia Federal (PF), que começou em janeiro deste ano.

O projeto usa uma técnica chamada fenotipização por DNA, que consiste em analisar os genes que determinam as características físicas de uma pessoa, como cor dos olhos, cabelos, pele, formato do rosto, entre outras. Esses genes são comparados com uma base de dados de voluntários brasileiros, que refletem a diversidade étnica do país. A partir disso, um modelo de inteligência artificial é capaz de reconstruir o aspecto facial do suspeito.

A ideia é que essa ferramenta possa auxiliar as investigações policiais, fornecendo um retrato-falado mais preciso e confiável do que os tradicionais, que dependem da memória e da descrição das testemunhas. O retrato-falado por DNA também pode ser usado em casos em que não há testemunhas ou imagens disponíveis.

O projeto é liderado pela geneticista Clarice Alho, da UFRGS, que explicou que a fenotipização por DNA já é usada em outros países, como os Estados Unidos, mas que não se adapta à realidade brasileira, marcada pela miscigenação. Por isso, ela e sua equipe estão criando um banco de dados próprio, com mais de 500 voluntários até agora, e pretendem chegar a mil. O modelo de inteligência artificial já está pronto, mas ainda não foi aplicado em casos reais.

Segundo Clarice Alho, o motivo é que ainda não há uma legislação específica que autorize o uso do retrato-falado por DNA no Brasil. Ela disse que o projeto está sendo feito para o futuro, quando for possível usar essa tecnologia com segurança jurídica e ética. Ela também ressaltou que o retrato-falado por DNA não é uma prova definitiva, mas apenas um indício que deve ser confirmado por outras evidências.