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- A modalidade de carros por assinatura cresce no segmento de locação de automóveis, que representa mais de 30% dos emplacamentos no Brasil
- A crise de abastecimento na indústria automotiva e a valorização dos carros usados e seminovos favorecem a procura por carros por assinatura, que oferecem economia, praticidade e liberdade
POR BING AI
O mercado automotivo está passando por uma mudança de comportamento dos consumidores, que estão optando cada vez mais por alugar carros em vez de comprá-los. Uma das modalidades que mais cresce nesse segmento é a de carros por assinatura, que consiste em contratar um veículo zero quilômetro por um período de um a três anos, pagando uma mensalidade fixa que inclui todos os custos de manutenção, seguro e impostos. Essa forma de consumo se encaixa na chamada Cultura do Compartilhamento, que valoriza mais o acesso do que a posse dos bens.
Segundo o Anuário Brasileiro do Setor de Locação de Automóveis, publicado pela Abla (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis), em janeiro de 2023, as locadoras destinaram 52% de sua frota para aluguéis de longa duração, como é o caso dos carros por assinatura. Essa modalidade também abrange a locação para motoristas de aplicativos, pessoas físicas e a terceirização de frotas por empresas privadas e órgãos públicos. Em 2020, o setor de locação de automóveis foi responsável por mais de 30% dos emplacamentos do segmento de automóveis e comerciais leves no Brasil.
Esse cenário foi impulsionado pela pandemia do novo coronavírus, que gerou uma crise de abastecimento na indústria automotiva mundial, afetando a produção e a disponibilidade de veículos novos. De acordo com uma pesquisa da consultoria BCG, em 2021, o mercado global deixou de receber 10 a 12 milhões de veículos novos, que tiveram suas produções paralisadas por falta de componentes. No Brasil, foram 300 mil unidades de carros que não foram fabricados1. A escassez provocou um aumento expressivo nos preços dos veículos zero quilômetro, tornando-os menos acessíveis para os consumidores.
Com isso, os carros usados e seminovos ganharam mais procura e também tiveram uma valorização inédita. Alguns modelos chegaram a ter um aumento de 20% nos valores, enquanto o normal seria uma desvalorização de 15% a 20% após um ano de uso2. Uma pesquisa da KBB, empresa especializada em análise de preços de veículos novos e usados, mostra que todos os modelos usados entre 2011 e 2017 tiveram um aumento médio de 10% nos valores. No mercado de seminovos, os modelos de 2018 foram os que mais tiveram reajuste, cerca de 12%2.
Nesse contexto, os carros por assinatura se tornaram uma alternativa vantajosa para os consumidores que querem ter um veículo novo sem precisar comprar ou financiar. Além disso, os carros por assinatura oferecem praticidade e liberdade para os usuários, que podem escolher o modelo, a cor e os acessórios do carro, além de trocá-lo periodicamente. Essa modalidade também atende às expectativas das novas gerações, que são menos apegadas à posse dos bens e mais interessadas em experiências.
Segundo a pesquisa “O setor automotivo em 2023”, realizada pela Deloitte, 45% dos Millennials (nascidos entre 1981 e 1995) e 55% da Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) acham que não é necessário possuir veículo3.