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- O governo francês está comprando vinho excedente dos produtores e destilando em álcool industrial para evitar queda nos preços
- Os produtores também estão sendo incentivados a arrancar 10 mil hectares de videiras em Bordeaux e no Languedoc para reduzir a oferta
POR BING AI
A França enfrenta um problema de superprodução de vinho que ameaça a rentabilidade e a qualidade do seu produto mais famoso. Para evitar uma queda drástica nos preços e preservar a reputação dos seus vinhos, o governo francês decidiu tomar medidas radicais: comprar milhões de litros de vinho excedente dos produtores e transformá-los em álcool industrial, além de incentivar o arranque de 10 mil hectares de videiras nas regiões de Bordeaux e do Languedoc.
Essas ações visam reduzir o excesso de oferta de vinho no mercado, que chega a 400 milhões de garrafas, cerca de 7% da produção do ano passado. O ministro da Agricultura, Marc Fesneau, disse que o objetivo é ajudar os vinicultores a recuperar suas receitas e garantir a sustentabilidade do setor vitivinícola francês.
A crise do vinho na França tem várias causas, entre elas a pandemia de covid-19, que reduziu o consumo em bares e restaurantes, as tarifas impostas pelos Estados Unidos aos vinhos europeus, que afetaram as exportações, e as mudanças nos hábitos dos consumidores franceses.
O consumo de bebidas vem caindo na França. Segundo pesquisas da Reuters, em 2020, cada habitante da França consumiu 5,6 litros de bebidas alcoólicas. Em 1961, o consumo havia sido de 20 litros.
Os consumidores mais jovens têm preferido espumantes, vinho rosé e mesmo cerveja, além de bebidas sem álcool. O crescimento da preferência pro cerveja, se prova com o aumento no número de cervejarias na França, que foi de 322 em 2009 para 2.500 em 2021, segundo dados do Statista.
Além disso, uma pesquisa do instituto francês OFDT mostram que as vendas de vinho caíram mais de 30% entre 2000 e 2020. No mesmo período, houve um aumento de 7% nas vendas de cerveja.
O problema não se limita a França. A Austrália registrou um excedente de 2,8 bilhões de garrafas em 2020, quando a China impôs tarifas de importação por cinco anos. As exportações caíram 10%. O consumo também está desacelerando nos Estados Unidos e as mudanças climáticas levaram às menores colheitas da história na Califórnia. O lado positivo é que as vinícolas dos EUA não têm excessos de estoque que podem forçá-las a reduzir preços se a procura continuar a diminuir ou se ocorrer uma recessão.