MULHER QUENIANA CRIA STARTUP QUE PRODUZ ÁGUA A PARTIR DO AR

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• A Majik Water promete uma solução de produção de água utilizando o ar

• A startup queniana fundada e liderada pela empreendedora Beth Koigi, já produz 200.000 litros por dia para mais de 1.900 pessoas no Quênia. Além de fornecer hidratação tão necessária, a Majik Water também possibilita a redução das emissões de gases de efeito estufa, eliminando a necessidade de queimar lenha ou carvão para ferver a água para uso seguro.

 

POR CHATGPT

A Majik Water descobriu uma maneira engenhosa de capturar água da atmosfera, mesmo em regiões áridas, aproveitando um recurso ilimitado e fornecendo uma solução sustentável para milhares de quenianos, com o objetivo de alcançar 100 milhões de pessoas até 2030.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o uso global de água tem crescido mais que o dobro da taxa de aumento populacional no último século. Graças ao crescimento demográfico e ao desenvolvimento econômico, um número crescente de regiões está atingindo o limite em que os serviços de água podem ser fornecidos de forma sustentável, especialmente em regiões áridas. A UNICEF estima que 1,42 bilhão de pessoas, incluindo 450 milhões de crianças, vivem em áreas de alta ou extremamente alta vulnerabilidade à água, e esse número deve chegar a 1,8 bilhão até 2025.

No Quênia, 41% da população de 53 milhões de habitantes não possui acesso a soluções básicas de saneamento, e 15% dependem de fontes de água não melhoradas, como lagoas, poços e rios. Com as mudanças climáticas exacerbando a frequência e a gravidade das secas (o Chifre da África está enfrentando a pior seca desde 1981), as fontes de água para pessoas e animais estão se tornando mais escassas. Os preços dos alimentos e da água estão disparando a níveis inacessíveis, resultando em aumento das taxas de desnutrição e fome.

Crescendo no Quênia, a fundadora Beth Koigi passou por períodos prolongados de racionamento de água e secas. Enquanto estava na universidade, ela frequentemente ficava doente devido à contaminação da água nos alojamentos. Os filtros de água custavam US$ 50, um valor inacessível, então ela começou a fabricar os seus próprios usando carvão ativado. Isso ganhou rapidamente popularidade e ela começou a produzir filtros de água acessíveis, no valor de US$ 1, para famílias de baixa renda.

Porém, mesmo os melhores filtros de água precisam de água para filtrar, e quando a emergência de seca nacional de 2016-2017 atingiu o Quênia, Koigi buscou uma solução criativa para continuar fornecendo água às comunidades em risco. Ela se uniu à cientista ambiental canadense Anastasia Kaschenko e à economista de Oxford Clare Sewell, e juntas começaram a trabalhar na Majik Water, um dispositivo que colhe água potável acessível e limpa diretamente do ar, aproveitando o fato de que há estimadamente seis vezes mais água na atmosfera do que água subterrânea em todo o mundo.

A Majik Water está fornecendo água potável limpa para pessoas que vivem nas condições mais severas do planeta. Inovações como essa são essenciais devido à necessidade e urgência inerentes de água em todo o mundo. Não podemos mais depender das soluções que tivemos no passado”.

A startup recebeu seu nome das palavras em suaíli “maji” (água) e “kuvuna” (colheita), que é exatamente o que o dispositivo faz. A umidade é retirada do ar usando ventiladores industriais, depois é retida em gel de sílica e condensada usando gás refrigerante para se transformar em água líquida. A água é então mineralizada para conter os nutrientes essenciais necessários para o consumo humano. Se o ar contiver contaminantes, a água pode passar por um filtro adicional de osmose reversa para evitar a proliferação de bactérias.

A energia necessária para alimentar as máquinas da Majik Water é significativa, por isso elas foram projetadas para serem alimentadas por painéis solares ou um gerador. Se necessário, também podem ser personalizadas para operar com energia solar durante o dia e com a rede elétrica à noite.

“No momento, temos uma variedade de dispositivos, desde unidades domésticas pequenas que produzem 25 litros por dia até unidades industriais grandes que produzem 500 litros por dia”, explica Koigi. “Além disso, se necessário, esses dispositivos podem ser empilhados para produzir ainda mais”.

Atualmente, a empresa produz 200.000 litros por dia para mais de 1.900 pessoas no Quênia. Além de fornecer hidratação tão necessária, a Majik Water também possibilita a redução das emissões de gases de efeito estufa, eliminando a necessidade de queimar lenha ou carvão para ferver a água para uso seguro. A empresa se orgulha de ser liderada por mulheres e administrada por africanos para africanos. Trinta por cento de todo o material usado para criar as unidades é obtido no Quênia, e os próprios dispositivos são montados por uma força de trabalho quase inteiramente queniana.

O modelo de negócios da Majik Water é adaptado aos seus clientes, que incluem corporações, ONGs e famílias individuais. Os modelos de preços levam em consideração a demanda, localização e orçamento de cada cliente. O modelo de pagamento conforme o uso permite que pessoas que vivem em áreas rurais comprem um litro de água por apenas US$ 0,01, enquanto a assinatura mensal é mais adequada para clientes em áreas semiurbanas, como corporações e ONGs.

“Até 2030, esperamos ter instalações que levem água a 100 milhões de pessoas”, diz Koigi. “A parceria com ONGs é essencial porque nos proporciona vínculos locais com serviços já presentes na comunidade, apoio em espécie e compartilhamento de conhecimento”.