Resumo Clipnews ⚠️
- A Conception é uma startup americana que quer criar óvulos humanos a partir de células de sangue usando uma tecnologia chamada gametogênese in vitro (GIV).
- A tecnologia tem fins médicos e reprodutivos, mas ainda é experimental e controversa
POR BING AI
Uma startup americana de biotecnologia chamada Conception tem um plano ousado e polêmico: transformar células-tronco chamadas de pluripotentes induzidas, coletadas de indivíduos adultos em óvulos humanos. A empresa, fundada em 2020 por Matt Krisiloff, um ex-líder de pesquisa do famoso acelerador de startups Y Combinator, está investindo em uma tecnologia chamada gametogênese in vitro (GIV), que consiste em gerar gametas (células reprodutivas) a partir de células-tronco.
As células-tronco usadas pela Conception são do tipo pluripotente induzido, que são obtidas a partir de células adultas, como as do sangue, e reprogramadas para se tornarem capazes de se diferenciar em qualquer tipo de célula do corpo humano, inclusive nos gametas. A empresa afirma que seu objetivo é usar esses gametas sintéticos para produzir embriões humanos que possam ser usados para fins médicos ou reprodutivos.
A GIV é uma tecnologia que ainda está em estágio inicial de pesquisa em humanos, e que enfrenta muitos desafios técnicos, éticos e legais. Não se sabe se é possível criar óvulos humanos viáveis a partir de células-tronco, nem quais seriam os riscos e as consequências para a saúde e o desenvolvimento desses óvulos. Além disso, há muitas questões morais e sociais envolvidas na manipulação da vida humana em laboratório, como o respeito à dignidade, à identidade e aos direitos dos embriões e dos futuros bebês.
A Conception ainda não tem autorização para realizar seus experimentos nos Estados Unidos, onde há uma lei que proíbe o uso de fundos federais para pesquisas com embriões humanos. Por isso, a empresa está buscando parcerias com outros países onde a legislação seja mais flexível. A empresa espera começar a produzir seus primeiros óvulos sintéticos até 2025.
Inicialmente, a empresa quer oferecer uma alternativa a mulheres que têm problemas para produzir óvulos, seja por condições de saúde ou por idade avançada. A ideia é coletar células de sangue da paciente e transformá-las em óvulos por meio da GIV. Esses óvulos poderiam então ser fertilizados com espermatozoides do parceiro ou de um doador.
A longo prazo, a empresa tem planos mais ambiciosos, como permitir que casais do mesmo sexo biológico tenham filhos biológicos entre si, usando células de ambos os parceiros para gerar gametas sintéticos. A empresa também vislumbra a possibilidade de fazer triagem genética dos embriões e até mesmo eliminar ou reduzir o risco de doenças graves para as futuras gerações.